Refl. Ev. 1184 (Lc 7,36-50) 19/09/13


Um fariseu convidou Jesus para jantar. Ele entrou na casa do fariseu e sentou-se à mesa. Havia na cidade uma mulher que era pecadora. Quando soube que Jesus estava à mesa na casa do fariseu, trouxe um frasco de alabastro, cheio de perfume, postou-se atrás, aos pés de Jesus e, chorando, lavou-os com suas lágrimas. Em seguida, enxugou-os com os seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume. Ao ver isso, o fariseu que o tinha convidado comentou: “Se este homem fosse profeta, saberia quem é a mulher que está tocando nele: é uma pecadora!” Então Jesus falou: “Simão, tenho uma coisa para te dizer”. Ele respondeu: “Fala, Mestre”. “Certo credor”, retomou Jesus, “tinha dois devedores. Um lhe devia quinhentas moedas de prata, e o outro cinquenta. Como não tivessem com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles o amará mais?” Simão respondeu: “Aquele ao qual perdoou mais”. Jesus lhe disse: “Julgaste corretamente”. Voltando-se para a mulher, disse a Simão: “Estás vendo esta mulher? Quando entrei na tua casa, não me ofereceste água para lavar os pés; ela, porém, lavou meus pés com lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Não me beijaste; ela, porém, desde que cheguei, não parou de beijar meus pés. Não derramaste óleo na minha cabeça; ela, porém, ungiu meus pés com perfume. Por isso te digo: os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, pois ela mostrou muito amor. “Aquele, porém, a quem menos se perdoa, ama menos”. Em seguida, disse à mulher: “Teus pecados estão perdoados”. Os convidados começaram a comentar entre si: “Quem é este que até perdoa pecados?” Jesus, por sua vez, disse à mulher: “Tua fé te salvou. Vai em paz!” (Lc 7,36-50).
Sem entrar em maiores detalhes do texto, que certamente possuem a sua importância, quero apontar algumas elementos centrais que o Senhor Jesus quer transmitir a todos nós seus irmãos.
Em primeiro lugar o texto revela a realidade humana interesseira e excludente que aparece nos seres humanos. A mulher era muito conhecida, como pecadora, dos que lá estavam. Quem sabe, conhecida até sexualm’ente, por muitos dos que estavam na festa e se julgavam os santos e dignos da amizade de Jesus! Certamente nenhum deles a convidou para o jantar com Jesus na casa de Simão, mas já a haviam convidado para outros “jantares” sem a presença de Jesus.
Por outro lado, a mulher pecadora se sente convidada por Jesus, que veio para resgatar os pecadores, e ousa entrar na festa dos que se julgavam puros e santos. A sua presença leva incomodo naquela festa. Por que ela incomoda? Será que a sua presença não estava denunciando e colocando em cheque a pureza daquela gente?  Jesus aproveita do problema causado por aquela mulher e o transforma numa oportunidade para evangelizar.
Enquanto os outros viam a pecadora, Jesus vê uma mulher que ama. Uma mulher que tem sede de Deus e não apenas de homens sexualistas e hedonistas. Jesus destaca diante do anfitrião, Simão, o amor em gestos daquela mulher e perdoa todos os seus muitos pecados. Com essa atitude Jesus está mostrando a face misericordiosa de Deus Pai, que não quer condenar e excluir o pecador, mas sim perdoar e redimir. Além disso, está incentivando a todos os presentes a não mais focar os pecados do outro, mas sim os gestos de amor em detrimento das fraquezas e pecados, que estão presentes em todos os seres humanos.
Queridos leitores! Eis a atitude que se espera dos seguidores de Jesus. Claro que algumas pessoas e situações denunciam as nossas fraquezas e pecados com a sua presença, mas não há nada, para um seguidor de Jesus, que não possa ser transformado em oportunidade. Oportunidade para converter-nos ao amor misericordioso do nosso Pai do Céu. Ocasião propícia para acolher e perdoar. Oportunidade para aumentar o número dos nossos amigos. Oportunidade para engrossar as fileiras dos que seguem a Jesus. Oportunidade para mostrar a todos que o nosso Deus é um Deus que acolhe a todos e a todos perdoa sem excluir ninguém.
Que o Senhor Jesus nos ajude a avançar para aguas mais profundas na Nova Evangelização; nesse jeito maravilhoso de a todos acolher e facilmente conceder o perdão, sem maiores exigências.



Pe. Arlindo Toneta – Pároco –
 Paróquia N. Sra doa Boa Esperança – Pinhais - PR

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